quarta-feira, 14 de novembro de 2012

KOMBI

O nome Kombi vem do alemão Kombinationfahrzeug que quer dizer "veículo combinado" (ou "Veículo Multi-Uso", em uma tradução mais livre). O conceito por trás da Kombi surgiu no final dos anos 40, idéia do importador holandês Ben Pon, que anotou em sua agenda desenhos de um tipo de veículo inédito até então, baseando-se em uma perua feita sobre o chassi do Fusca. Os primeiros protótipos tinham aerodinâmica terrível, porém retrabalhos na Faculdade Técnica de Braunschweig deram ao carro, apesar de sua forma pouco convencional, uma aerodinâmica melhor do os protótipos iniciais com frente reta. Testes então se sucederam com a nova carroceria montada diretamente sobre a plataforma do Fusca, porém, devido a fragilidade do carro resultante, uma nova base foi desenhada para o utilitário, baseada no conceito de chassis monobloco. Finalmente, após três anos passados desde o primeiro desenho, o carro ganhava as ruas em 8 de março de 1950.

No Brasil o grupo Brasmotor passou a montar o carro no Brasil em 1953 e a partir de junho de 1957 sua fabricação - o que faz do veículo o primeiro Volkswagen fabricado no Brasil, e o que esta há mais tempo em produção. O Brasil é o único lugar no mundo onde o modelo ainda é produzido com motor traseiro. É o carro mais antigo ainda fabricado no Brasil.

Sua construção robusta monobloco (sem chassi), suspensão independente com barras de torção, além da exótica posição do motorista no carro (sobre o eixo dianteiro e com uma coluna de direção praticamente horizontal), o tornam um veículo simples e robusto, de baixo custo de manutenção. Sua motorização é um caso a parte: embora os modelos mais recentes possuam motores mais modernos, durante 50 anos o motor que equipou o veículo no Brasil foi o tradicional "boxer" refrigerado a ar, simples e muito resistente. Tal durabilidade geralmente superava em muito a do resto do carro, sendo comum nas ruas brasileiras ver carros totalmente destroçados, porém com o motor rodando perfeitamente. A despeito disso, a Kombi é um carro que, se usado dentro das especificações padrão, pode durar um longo período.

Em 1961 chegava o modelo de seis portas, em duas versões: Luxo e Standard. A caixa de câmbio já era toda sincronizada e a relação da caixa de redução passava a 1,26:1. O índice de nacionalização atingia 95%. Dois anos depois já possuía as versões Furgão, Standard, Especial e Turismo. Nos três últimos modelos havia variação no acabamento interno, com tecidos diferenciados, teto forrado, bancos com alças, etc. Por fora, pintura de dois tons, calotas, frisos, degraus para facilitar o acesso e opção de 15 janelas. Neste ano já haviam sido vendidas 14.430 Kombis.
Parte desse sucesso devia-se ao fato de não existir produto semelhante no mercado. Sua concorrente mais próxima era a Rural, da Willys-Overland, e a partir de 1965 a Chevrolet Veraneio, mais cara que ambas. Mas nenhuma oferecia tantos lugares nem um consumo de combustível tão comedido quanto a Kombi, pois usavam grandes motores de seis cilindros.

Em 1975 acontecia o grande ano da Kombi. O modelo 1976 ganhava nova frente e tornava-se quase idêntico à alemã modelo Clipper, com amplo pára-brisa sem divisões. Neles, os novos limpadores tinham boa área de varredura. As portas dianteiras estavam maiores, facilitando o acesso, e tinham janelas convencionais, além de retrovisores de maior tamanho. Mas o restante da carroceria era igual à anterior, sem a esperada evolução das portas corrediças.
Apresentava um motor mais potente, com 1.584 cm3 (85,5 x 69 mm) e 52 cv a 4.200 rpm. O torque chegava a 11,2 m.kgf a 2.600 rpm, providência importante para um veículo que alcançava duas toneladas com carga máxima. Os freios, ainda a tambor nas quatro rodas, ganhavam servo-freio (o que dava falsa sensação de potência freante) e válvula reguladora de pressão nas rodas traseiras.


Em 1978 recebia novos reforços estruturais e, para a transmissão, juntas homocinéticas. Com a dupla carburação o motor ganhava mais vida. Três anos depois era lançado o motor a diesel para o picape, com cabine simples ou dupla (este com terceira porta no lado direito), e o furgão. Tratava-se de um motor de 1.588 cm3 (76,5 x 86,4 mm, mesmo diâmetro do Passat 1,5 e curso do que viria a ser o motor AP-1800 em 1984), com potência de 50 cv a 4.500 rpm e torque máximo de 9,5 m.kgf.

Em 1982 chegava a versão a álcool, com 8 cv a mais que o motor a gasolina. No ano seguinte, as maiores novidades estavam nos freios dianteiros, enfim a disco, e na cabine: ganhava novo painel, volante mais baixo, encostos de cabeça no banco dianteiro e a alavanca do freio de estacionamento não estava mais no assoalho -- agora vinha debaixo do painel em forma de maçaneta. O motivo foi o cinto de segurança diagonal fixo não permitir movimentar o corpo para a frente... Em 1986 as versões a diesel deixavam de ser fabricadas, em uma saída discreta do mercado.

Só em 1997 a Kombi recebia boas novidades: teto elevado em 110 mm, ampla porta lateral corrediça, janelas laterais também corrediças e maiores (na lateral direita eram fixas) e, como no modelo alemão, a entrada de ar para a refrigeração do motor traseiro atrás das janelas traseiras. Atrás, tanto a porta que dá acesso ao motor quanto a do porta-malas estavam maiores, mas o motor ficava mais "fundo" em seu compartimento devido à traseira alongada.

Em 2000 foi o último ano de fabricação da versão pick-up.
Em 2006 recebeu o novo Motor flex 1400cc refrigerado a água, introdução da grade dianteira para o radiador e painel de instrumentos com novos mostradores semelhantes aos do VW Fox da mesma época.

Em 2009 as mudanças foram discretas. Adoção do "brake-light" (terceira luz de freio) de série na extremidade do teto e nova grade dianteira levemente reestilizada com novas aletas para refrigeração

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